Hero Wars

Classificação

4.39

Votos
396
Data de Lançamento
8 de outubro de 2016

Sobre o jogo

Um RPG vibrante e descontraído onde colecionas heróis irreverentes, tocas para avançar nas batalhas e formas uma equipa que até faz auto-farming enquanto descansas. O Hero Wars mantém-se leve, com caos animado e estratégia suficiente para sentires que estás mesmo a fazer algo heróico.

Análise

Hero Wars – Análise: Heróis Tresloucados, Toques Relâmpago e Combates Mais Satisfatórios do Que Eu Esperava

Vou ser honesto: saquei o Hero Wars só para ver o que era, pensando que apagava ao fim de cinco minutos. Quarenta e sete dias depois, já tenho a minha equipa vestida a condizer, sei de cor quem anula o Faceless e, sem perceber muito bem como, tornei-me alguém com opiniões sobre rentabilidade de runas. Bem-vindo ao Hero Wars. Começa como aquele joguinho inofensivo de intervalos e, de mansinho, entra-te na rotina com botões chamativos, progressos instantâneos e aquela construção de equipa mais estratégica do que parece à primeira vista. Achas que é só mais um, como nos anúncios patetas? Espera lá.


De Peito ao Léo, Atirado Para a Batalha

O jogo não perde tempo: largas ali em cima de um combate qualquer, nem tens tempo de perceber o contexto ou o que raio estás a fazer. Só tens um tipo musculado, três botões a piscar e pronto, que seja: carrega no maior. Bola de Fogo! Ecrã a piscar e barulho a rebentar por todo o lado. Ganhei.

E não é que gostei? Não pelo desafio, nem porque fosse inovador. Mas porque tudo flui bem. Despacha-se rápido. Sabe perfeitamente ao que vem. Vais recrutando heróis, aumentas-lhes os stats, carregas nuns botões, vês rebentamentos, repetes. E repete-se, e repete-se…

Dez minutos depois, tinha cinco heróis. Incluindo um tipo de tronco nu que claramente perdeu uma aposta, mas que andava à porrada com fantasmas. Nem questionei.


Campanha: Marcha Pela Direita, Sempre a Abrir e a Cair Loot

Hero Wars nunca quis ser mundo aberto. É combate atrás de combate lado a lado: carregas em "lutar", vês a equipa disparar, há confusão no ecrã até alguém cair para o lado.

Ganhas ouro, equipamentos e pedras de alma em cada mapa. Nos primeiros níveis nem dás conta — passam num fósforo. Depois, pedem mais atenção, mas o ritmo não muda: combate rápido, equipa armada, aquela sensação de progresso fixe.

Em menos de uma hora, estava a fazer grind à procura de botas para a minha curandeira e a torcer, vá-se lá saber porquê, por um sapo-mago com um cajado claramente demasiadogrande para o bicho. Ninguém me perguntou, mas eu importei-me.


A Equipa é Tua: Monta Como Te Der na Real Gana

Aqui é tudo sobre construir a tua malta. Começas com uns desconhecidos. Vais trocando, ganhando melhores heróis nas caixas, eventos ou os brindes dos logins diários.

Cada um tem quatro habilidades. Uma delas soltamos manualmente quando enche a energia. Uns curam. Outros deitam fogo. Outros ainda invocam uns duendes voadores com ar de Pokémon maldisposto. No fundo, tem estratégia q.b. para dar piada, sem te mandar fazer contas a sério.

Dei por mim a discutir comigo próprio se montava equipa de controlo ou de dano. Spoiler: tanto faz. Faz os dois à vontade. Hero Wars deixa experimentar tudo, fazer combinações maradas, falhar à vontade. Já pus dois tanques e zero curandeiros — fui recompensado na mesma. O jogo olha e pisca o olho: “Olha, ao menos tentaste.”


Gacha, Baús, Esmeraldas e Uns Quantos Lamentos

Sim, tem sistema gacha. Tocas em esmeraldas para abrir baús Heróicos. Um grátis por dia. Podes moer no jogo, gastar dinheiro, ou cumprir tarefas aleatórias tipo alimentar um esquilo (sério!).

Abres dez de uma vez e há sempre aquele drama: Vais ganhar o tanque lendário? Ou um mago piroso de cabelo flamejante? Ou, provavelmente, só uma poção XP meia triste. Isto vicia mais do que devia. Não me orgulho de gostar tanto disto…

E as campanhas de bundles? Ui. Houve uma com um herói novo, cinco mil esmeraldas e “15 Super Poções de Titã” por menos do que uma pizza medíocre… Fiquei a olhar para aquilo tempo a mais. Não comprei. Quase.


Arena: PvP, Ego em Jogo e Derrotas Dolorosas

A Arena abre mais tarde, e a coisa puxa logo pelo bicho competitivo. Montas a tua equipa, defines a ordem, e pronto, levas na tromba de outros jogadores. Não há combate directo — é preparar antes e fazer figas.

Fui completamente humilhado. Gajos com heróis brilhantes, molduras douradas, claramente investiram mais tempo (ou dinheiro). Levei três tareias rápidas e quase apaguei isto. Mas… até a perder recebes recompensas. Continuei.

Uma semana depois, quase já ganhava. Troquei equipas, virei treinador de equipa de futsal lowcost. A Arena vira aquele passatempo de fundo: todos os dias há a tentação de optimizar, trocar o tanque por aquele canhão de vidro — será que brilha, será a desgraça?

Spoiler: foi só desgraça.


A Rotina Diária: Torre, Outland, Repetir Até Decorar

Ao nível 15, abres a Torre. Uma pilha de combates por dia — relaxante, quase como ver estatísticas da fantasy, mas aqui os craques são mortos-vivos e feiticeiros.

Depois vem Outland — bosses enormes e loot a condizer. Junta-lhe Grand Arena (três equipas seguidas para rebentar), guildas, templos elementais, eventos de feriados, e… ainda não percebi aquela cena dos palhaços sinistros. Nunca falta o que fazer.

Hero Wars devorou-me as pausas do almoço. Dez minutos viraram meia hora. Já andava a ver tierlists, tabelas de upgrades, a pesquisar "será que o Cleaver está mesmo OP?" (Está.)


O Grind? Nada de Especial, Palavra de Honra

Vai abrandando — é inevitável. De repente, precisas daquele equipamento parvo, o XP vira pasta de elástico e passar do nível 60 ao 70 parece montar mudanças de casa.

Mas Hero Wars não te chateia. Entras, avanças um bocado, upgradias, vais à tua vida. Energia recarrega sozinha. Eventos entram e saem como músicas de rádio. Os dias normais passam-se a fazer uns cliques, melhorar a equipa e somar mais uma vitória ao bolso.

Pouca pressão, esforço mínimo. Na verdade? Sabe bem.


Veredicto Final: Porque É Que Ainda Ando Nisto?

Ia jurar que isto era só lixo para passar tempo — instala e apaga. Mas Hero Wars consegue ser surpreendentemente sólido. Dá escolhas reais. Estruturas de equipa variadas. Tem polimento suficiente para não parecer amador. Não é de cabeça perdida, mas é... inesperadamente agradável.

Sim, há monetização. Óbvio. Mas não é chata. Podes jogar sempre à borla, ou acelerar a coisa à custa da carteira — tens sempre escolha. Sem culpas.

E sim, os anúncios enganam descaradamente. Não há puzzles com lava. Mas se gostas de evoluir heróis fora do baralho, disparar magias maradas e tornar-te aquele gestor de equipa estranhamente empenhado, vais perder-te aqui — garantido.

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