Enlisted

Classificação

4.71

Votos
779
Data de Lançamento
2 de março de 2021

Sobre o jogo

Um enorme shooter de esquadrões na Segunda Guerra Mundial onde comandas infantaria, tanques e aviões em campanhas icónicas. Troca de papel a qualquer momento, sente o peso das armas realistas e luta em batalhas de larga escala com o teu esquadrão no centro da ação. Isto é guerra a sério, em grande escala.

Plataformas

Análise

Enlisted: Caos, Aço e Tropas – A Guerra Mundial que Não Sabias que Querias

A primeira vez que joguei Enlisted lancei uma granada ao meu próprio esquadrão… e mesmo assim fui promovido. Pois, este campo de batalha não é para meninos. Esquece lá os shooters de reflexos rápidos e mira de robô: isto é sujo, complexo e tem o suficiente de caos para nunca saberes o que vem a seguir. Aqui controlas um esquadrão inteiro, saltando de soldado em soldado como um DJ de guerra. Num instante és sniper na torre de uma igreja, de repente estás a correr por uma trincheira com um lança-chamas em punho.

Se sempre sonhaste sentir o ‘peso’ da Segunda Guerra Mundial sem passares metade do tempo a olhar para folhas de excel com estatísticas, prepara-te: há aqui surpresas à tua espera.


Primeiros Dez Minutos: Confusão à Antiga

Entrei às cegas. E os primeiros dez minutos? Pura anarquia. Explosões, tiros por todo o lado e eu a tentar perceber onde estava. Entro no mapa com cinco soldados controlados por IA, levo um tiro na cara, e sou logo atirado para o corpo do próximo tipo – como se nada fosse. Ok, isto vai ser estranho.

Não controlas só um. Saltas entre soldados como quem muda de canal. Quando um cai, assumes outro. Sem dramas. Sem filas de espera.

Confesso, no início foi estranho. Mas quanto mais joguei, mais me fez sentido.

Estás numa trincheira de barriga ao chão, passas para o atirador de metralhadora e espalhas o terror, a seguir ficas num campanário a ver o circo pegar fogo. És tu e os teus backups, versão low-cost… e funciona bem melhor do que parece.


Morrer Faz Parte do Treino (Acredita)

Escolhi Normandia. Caí numa aldeia francesa mais bombardeada que baguete dura, crateras por todo o lado, casas em ruínas e… uma galinha com ar de quem quer sair dali. O objetivo? Capturar a quinta mais torta do mapa. As armas? Uma espingarda de ferrolho, uma chave inglesa e quatro bots a correr em círculos.

Entrámos logo de rompante. Metralhadoras a rasgar o ar. Um tanque a rosnar à tua volta. Granadas de fumo a explodir como águas-vivas furiosas. Entrei em pânico, saltei para a trincheira, disparei a esmo – senti-me um herói por breves segundos.

As armas são pesadas, apontas devagar. Falhas muitas vezes. E recarregar? Esquece. Cheguei a sussurrar "por favor entra" antes de puxar o gatilho.

Morri, claro. Muitas vezes. Mas ia aprendendo; a espreitar com mais calma, a colocar pontos de reagrupamento… Sobrevivi cada vez mais tempo. É como aprender a andar de bicicleta, mas com artilharia a bater ao lado.


Trocar de Soldado é Meio Caminho Andado

É aqui que Enlisted brilha. Quando morres, não ficas à espera – saltas logo para outro. O tipo do lança-chamas morreu? Zás, agora és o engenheiro. Monta barricadas, muda de novo, agora és o do MP40 a segurar uma sala.

É caótico… mas fluido. E incrivelmente satisfatório. Sem respawns chatos nem tempos mortos, só mudas de botas e segues.

Numa das partidas, chamei artilharia como operador de rádio, escondi o esquadrão, e vi meia equipa inimiga voar. O som? Tremeram-me os auscultadores. O momento? 10/10, rebentava outra vez.


Tanques, Aviões e as Gloriosas Barracadas

Pilotares um tanque é como seres uma tartaruga explosiva numa vila. Aviões? Rápidos, barulhentos e feitos de fita-cola e esperança.

O meu primeiro tanque? Fiquei preso entre uma trincheira e um celeiro. Não consegui sair, fui torrado com dinamite por um tipo qualquer. Vergonha alheia.

Voar? Ainda pior. Esqueci o manípulo do acelerador… Despenhei-me de forma espetacular. Mas ficou bonito no ecrã.

Após vários tiros ao lado, lá consegui largar uma bomba direitinha no spawn inimigo – e até ouvi alguém a gritar no chat. Soube-me bem. Os veículos mudam o rumo do combate, se souberes o que fazes. Se não… são caixões com rodas e asas.


Desbloqueios, Upgrades e o Grinde Eterno

Cada campanha – Normandia, Berlim, Tunísia, Estalinegrado – tem brinquedos próprios. O progresso não passa entre elas, o que irrita um bocadinho, mas também evita que sofra de ‘mais do mesmo’.

Melhoras os esquadrões, personalizas tudo, treinas tipos para médico, artilheiro, condutor de tanque – aquilo aprofunda-se rápido. Vais perder horas a afinar loadouts como quem arruma os bonecos na prateleira.

E sim, a grindar também vais. Sem premium, há equipamentos que só chegas lá com anos de casa. Uns esquadrões são claramente superiores a outros. Mas pelo menos estás sempre a avançar, mesmo que seja mais arrastar pés do que sprintar.

Mas, acredite-se: talento ainda faz diferença. Dá para rebentar com malta de equipamento topo só com astúcia e um tiro bem metido.


Aqueles Momentos “Como é que eu fiz isto?”

Este jogo vive para cenas de cinema improvisadas.

Num jogo, defendi uma ponte inteiro só com sacos de areia e pânico. Noutra, conquistei um ponto sozinho, usei quatro soldados, limpei um esquadrão inteiro e saí de lá com uma bala na câmara. Senti-me o realizador do meu próprio filme de guerra. Em direto, com café.

E claro, há sempre a parte absurda. Correr pelo campo aberto à maluca, levar uma bala de canhão do nada. PUF, ficas história. O último soldado pega numa arma caída, vira o jogo quase morto. Doideira.

Nunca sabes o que vem aí. E isso é o mais divertido.


Menus Tronchos, IA Pateta e Outras Pedras no Sapato

Nem tudo são rosas.

Os menus piores que certos websites dos anos 2000. Editar esquadrões é uma aventura de cliques e menus escondidos propositadamente.

O tutorial? Um sketch de segundos. Aprende lá sozinho a meter pontos de rally.

A IA? Por vezes útil, por vezes parece que foi à feira. Vi um a encarar uma parede durante meio minuto – devia estar a pensar onde ir almoçar.

Na confusão, às vezes o jogo dá umas quebras de performance. Não mata a experiência, mas nota-se.

Mas quando tudo encaixa – pontos de rally montados, esquadrões a colaborar, artilharia a cair no tempo certo – a sensação é espetacular. Caos controlado. (Mais ou menos.)


Sim, é Grátis. Não, Não é um Pay-to-Win da Treta

Enlisted é gratuito. E não te atira popups irritantes a cada dois minutos.

Claro, podes gastar uns trocos. Desbloqueios mais rápidos, visuais mais giros, equipas premium. Mas a base está toda lá, sem precisas pagar nada.

Se meteres dinheiro, o grind alivia. O melhor chega mais depressa. Mas aquilo que interessa? É igual para todos.

E garanto, com o equipamento básico já se faz estrago. Já o fiz. Basta um pouco de jeito… e uma espingarda à moda antiga.


Resumindo: Imperfeito, Mas Super Viciante

Enlisted tem arestas por limar. Às vezes parece uma amálgama de ideias soltas.

Mas também é dos shooters mais viciantes e únicos que joguei.

Atira-te para o caos sem avisar e deixa-te aprender (da pior maneira…). Ora estás no topo, ora fritas-te todo sozinho com uma granada. Mas aborrecido? Nunca estás.

Não é para todos. Se queres tudo certinho e menus polidos, escusas de perder tempo. Agora, se gostas da confusão, de momentos imprevisíveis e de gritar "COMO RAIO SOBREVIVI A ISTO?" às duas da manhã… vai com tudo.

E por favor: monta um ponto de rally. A tua equipa agradece.

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