Heroes of History

Classificação

4.4

Votos
1721
Editora
Innogames
Data de Lançamento
27 de novembro de 2024

Sobre o jogo

Heroes of History é um jogo gratuito que mistura construção de cidades e estratégia, onde guias uma civilização por várias eras históricas. Desde o Antigo Egipto até ao Iluminismo, o teu objetivo é erguer uma cidade próspera, treinar heróis lendários e lutar em mapas PvE e PvP. O jogo combina gestão de recursos, coleção de heróis e combate tático numa experiência compacta que funciona tanto no navegador como no telemóvel. Apesar do visual apelativo e do charme histórico, prepara-te para um progresso lento e algumas sugestões para abrires a carteira.

Análise

Análise de Heroes of History: Um Simulador de Civilizações Com Atitude

Viagens no tempo, impostos duvidosos, agricultura de fantasia e aquela confusão saudável de construir cidades: dá mesmo para ter tudo.

A Minha Primeira Pirâmide: Torta, Mas Orgulhosamente Minha

Tudo começou com um monte de areia e uns quantos trabalhadores bronzeados a pestanejar ao sol. Era assim que arrancava a aventura em Heroes of History. Antigo Egipto. Sol a pique, areia a rodos, e promessas vagas do tutorial: constrói uma civilização e, pronto, faz história. Tudo tranquilo.

Dez minutos e já tinha uma quinta de cereais, um quartel general, e um “mercado” que mais parecia uma banca de limonada improvisada. Mas eh pá, funcionou. Os recursos lá vinham, devagarinho. Os aldeões, sempre com as ânforas e archotes, atarefados como se tivessem uma reunião marcada. Cada toque dava-me cereais, moedas, pedra: as armas secretas do Império.

A sensação ao início? Rápida e certeira. Havia metas a cumprir, deuses a consultar, e a tentação súbita de meter “faraó” no currículo.


O Reino do Tap e Fé

Quando a cidade engrenou, fui explorar o tal sistema de heróis. Sem rodeios, isto apanhou-me desprevenido. Em Heroes of History não aparecem NPCs aleatórios do tipo Espadão Da Silva. aqui és presenteado com Cleópatra, Júlio César, Leonidas... Icónicos, cada um com as suas manias, estatísticas e egos à altura.

Recrutá-los é um mini-jogo bizarro: procuras pergaminhos, juntam-se fragmentos, sobes de nível, enfias-lhes armaduras e mandas para o campo de batalha. Uns são muralha, outros limpam o terreno à bomba, outros limitam-se a berrar e rezar por um milagre.

A minha super equipa? Cleópatra (óbvio), Guan Yu (barba épica) e Hércules (com um porrete digno de levantar um camião). Foi logo tudo à bruta no primeiro acampamento.

Os combates? Não são ciência espacial, mas têm o seu truque. Pôr os heróis no sítio certo é meio caminho andado, gerir as habilidades é o outro. E depois às vezes é só, literalmente, prender a respiração e esperar que a IA não decida atacar a parede.


Quando o Grind Vira Lei

A meio da coisa, já andava em plena Grécia Antiga. Templos, muralhas a sério, um cais à maneira. Tirar nevoeiro do mapa? Pão com manteiga. Guardava ouro como um tio excêntrico.

De repente... paredão.

Não foi abrandar. Foi tipo andar numa piscina de cola, de meias de lã calçadas.

Agora os edifícios queriam mármore... e cobre... e vidro. Para os arranjar, precisava de ficar horas a desbloquear construções que ainda nem sabia que existiam. Para isso, precisava de scouts. Para ter scouts, vitórias. Vitórias, heróis equipados. Para equipar, matérias-primas que eu só via em sonhos. A coisa escalava num instante.

Bem-vindo, finalmente, ao grind de respeito.

Agora cada melhoria parecia pedir um ritual: "Queres subir o templo? Traz vinte barras de cobre, três pergaminhos e um herói que fez um spa espiritual no leite de iaque." (Exagero? Só um bocadinho.)

O grind nem tentou ser subtil. Veio de roupão dourado e exigiu logo o dízimo.


Cleópatra Carrega Isto Tudo às Costas

Decidi resistir. Nada de gastar dinheiro. Só teimosia e suor. Entrava, mandava os construtores trabalhar, fazia uns upgrades, mandava umas explorações, e bazava antes de perder a paciência.

Graças aos deuses pelas alianças. Juntas-te a uma, trocas uns bónus, partilhas recursos, entras em guerras, e transformas aquela espera sem fim num projeto de grupo do secundário.

A Cleópatra? Já a nível vinte, com um cajado tão brilhante que só podia ser cosmético de edição limitada. Carregava batalhas sozinha, com danos em área e curas passivas – parecia que lhe tinham prometido uma estátua só dela. Leonidas? Papel molhado. Hércules? Tanque absoluto, só que se arrastava mais que um caracol gripado. Não evoluis os melhores? Os outros são, basicamente, para medir o pó.

Os eventos dão uma ajudinha. Missões diárias lançam loot, se te apetecer, claro, completar desafios do género “Vence três combates só com arqueiros” ou “Colhe 200 cebolas enquanto cantas músicas do tempo dos faraós.” (Mentira minha, mas por pouco não acontece.)

Divertido? Até certo ponto. Mas o subtexto é gasta o teu rico dinheiro, por amor de Ra! Dá para passar à borla... Se tiveres um Excel aberto, três cronómetros e a paciência de um monge tibetano.


Construir Cidades Com Existencialismo à Mistura

Olha, a cidade? Visualmente, top. Cada era nova dá-lhe piada: torres egípcias, colunas romanas, bancas do medievo. Os prédios ganham vida, as ruas enchem, os aldeões mexem-se como se houvesse festival.

Mas gerir aquilo? Ai, Jesus.

Há edifícios só para inglês ver. Outros produzem cenas. Outros desbloqueiam conhecimentos. Outros só funcionam se tiveres lá um herói – que provavelmente está noutra guerra qualquer.

Por exemplo, levei dez minutos aos gritos com uma mina de cobre que não produzia. Pensei que tivesse bugado. Nada disso. Só dava se lá estivesse um herói ao leme. O jogo? Quietinho, a ver em modo popcorn enquanto eu quase chorava a olhar para os aldeões de papo para o ar.

Chega a um ponto em que organizar a cidade é a verdadeira boss fight. O espaço acaba. O nevoeiro tapa tudo. Ficas a olhar para o mapa, entre plantar uma nova quinta, montar mais um quartel... ou sentar-te a lamentar a vida. A certa altura, já não é estratégia: é sobreviver ao Excel.


Quando a História Vira Lista de Tarefas

Por volta da Era Seis, lá veio aquela parede psicológica. Sabes como é. Entras, clicas, recolhes coisas, fazes upgrades, ficas a olhar para o ecrã, a pensar se vale mesmo a pena.

Estava aborrecido? Nem por isso. Mas divertido também não. Mais era cumprir tabela.

É isso que te apanha: Heroes of History parece polido, soa mesmo bem, animações giras, música suave. Os primeiros tempos são um conforto, com ritmo. Mas depois bate-te com força: são tarefas de segunda-feira mascaradas com uma toga.

Claro que se encontra diversão aqui. Sobretudo ao início. Constróis, conquistas, parece que tens Roma nos dedos. Mas quando a novidade passa? Ficas a olhar para uma lista de trabalhos de casa, mas com grafismo de luxo.


Últimas Antes da Próxima Era

Recomendava Heroes of History? Sim, com reservas. Mas convém perceber se o teu limiar para grind é alto, ou se desistes à primeira.

Se gostas de builders históricos com combate tático a dar molho, tens aí umas boas horas. O ambiente das épocas é fixe, o sistema dos heróis até tem piada. A fase inicial flui bem. E olha, dá para jogar sem gastar nada.

Agora... prepara-te. Se só de ouvir falar em timers e energia já ficas com tiques, vê antes um vídeo no YouTube.

Há jogo aqui. Às vezes até muito bom. Mas precisas de uma de duas coisas (ou ambas): paciência ou carteira.

Cleópatra ainda cá está comigo. E isso, já não é nada mau.

Clica aqui para jogar Heroes of History